TÉCNICAS DO YOGA: O OLHAR TERAPÊUTICO

 Após conversar com vocês e propor a vivência de alguns conceitos importantes para a prática terapêutica do Yoga, abordarei um olhar interessante sobre as técnicas ofertadas em nossas aulas de Yoga. 
 
As técnicas mais presentes em minhas aulas são: os pranayamas (respiratórios), os asanas (posturas), Yoganidra (relaxamento) e Dhyana (técnicas de meditação). A visão mais fecunda que encontrei no meu caminho sobre elas é de que preciso sempre estar em contato, praticando-as para manter meu corpo-mente saudável, mas as técnicas não são o fim por si mesmas. 

Por exemplo: estamos vendo, e cada vez mais, algumas linhas novas de Yoga com a proposta e com foco nas posturas, algumas delas com foco ainda mais estreito, na postura de "parada de mão " ou do corpo sobre a cabeça, o Sirsanansa. Bom, essas linhas colocam a postura como fim e o que diferencia esse movimento do exercício físico por si só? Nada. Isso não quer dizer que o exercício e esse novo método de praticar Yoga sejam ruins, mas não podem ser considerados  práticas terapêuticas.

Colocar as técnicas como meio,  e não como fim,  faz-nos conduzir a atenção para o nosso ser:    para as nossas sensações-emoções-sentimentos-pensamentos, para o autoconhecimento e para a    autonomia. 

Ou seja, quando você for praticar, por favor, não se preocupe demais em respirar assim como a professora orienta, a respiração é um movimento delicado, não se pode impor um ritmo linear, aos poucos ela vai se ajustando ao novo caminho, basta você se entregar ao momento de pranayama, com presença, sinta prazer ao respirar, permita-se relaxar ao respirar, observe-se ao respirar. 

Quando for se colocar em uma postura, por gentileza, sinta o movimento, sinta a simbologia do movimento, o que ele desperta em você. Não deixe que os pensamentos de julgamento do corpo te raptem desse momento único que é a postura psicofísica do Yoga: elas limpam, relaxam, flexibilizam, fortalecem, dão espaço para as emoções e sentimentos fluírem, resgatam movimentos fisiológicos profundos e biomecânicos importantes para um envelhecimento saudável e com autonomia.

            As posturas preparam a mente para a meditação. Diante dessa beleza, não se preocupe demais                com o alinhamento, cada pessoa está com uma anatomia e  movimentos únicos, incomparáveis,              esses elementos mudam tempo todo, confiem em meus olhos e em minha experiencia  e se                    entreguem ao asana. 


No Yoganidra, entregue-se ao chão, ao momento, `a vida. Confie em mim, em você, em uma força maior, de acordo com tua crença (Universo, Deus, Natureza, Energia..) e como uma brincadeira de imaginação, vivencie o ambiente, seu corpo e os movimentos psíquicos sugeridos no momento da técnica. O Yoganidra não é só relaxamento, é absorção dos benefícios, é o aprender a relaxar, é o momento de insights que podem ressignificar situações difíceis por nós vivenciadas, é o reconhecimento de condicionamentos e a possibilidade de reconstruí-los. 

Em Dhyana, sinta-se confiante e com clareza de que esse momento é um momento de exercício, coloque-se nesse lugar para que tua persistência flua,  sem sofrimento. A mente contemporânea anda preguiçosa e tendendo a vícios, a sua educação é uma urgência. Essa mente excessiva e dominadora anda adoecendo nossos corpos e tornando a vida penosa demais. Então, encontre prazer no exercício dela, cada ser encontra um caminho para esse prazer e o prazer nos convida para a repetição, assim a meditação se torna um hábito: "um minutinho, vou limpar e direcionar minha mente, agora. Já já eu volto".   Assim nos tornamos seres que dominam a mente e não dominados por ela. 

Portanto, reoriente seu olhar sob as técnicas, reflita, avalie o que deve ser mudado, para que você possa praticar com um fim terapêutico, para saber lidar melhor com esse precioso lar que é você e toda a sua complexidade.

Abraço de Sófi. 



  

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A MENTE PRECISA SER EDUCADA

YOGA E SUCESSO

DINÂMICA DAS AULAS EM 2025