O aprendi praticando Yoga.
Esta é uma releitura de um texto que escrevi no dia 18 de setembro de 2022, um pouco antes do meu aniversário. Ele carrega uma mensagem que se fez ainda mais forte neste ano: a de que o Yoga é preciso, principalmente, nas dificuldades.
Quando vai chegando o dia de virar um novo ciclo, faço minha retrospectiva, para não esquecer daquilo que valorizo, para não me perder do meu caminho...que é simplesmente ser eu...
Talvez, algumas pessoas pensem que a minha vida tenha sido tranquila, de poucos desafios e dificuldades, o que me faria ter maior domínio das técnicas do Yoga e a meditação, como uma óbvia equação. Na verdade, não!
Bom…nunca teremos o controle sob o que pensam sobre nós, então, não me importo muito…o que importa aqui é falar de minha experiência, sobre a única coisa que eu posso falar com propriedade, pois somente eu às vivi. As técnicas do Yoga me favoreceram meios para passar por questões extremamente difíceis, sem que eu desistisse de mim mesma e daquilo que acredito.
A partir das leituras que sugeri e das vivências que propus, ao longo deste ano, o meu desejo foi de que vocês pudessem construir a confiança em seus próprios recursos internos para passar pelas suas próprias dificuldades.
Vou contar a vocês que tive algumas experiências de quase morte que me fizeram ter mais clareza sobre aquilo que o Yoga me comunicou e me comunica, a cada dia de prática. É impressionante como o Yoga também foi um recurso para que eu me mantivesse viva, em todas essas situações.
Não desejo para ninguém, nem para mim mesma, mas é real e profundo o aprendizado que tive ao chegar bem perto dela .
Ao quase morrer aprendi a não acumular coisas que não são de real necessidade. Eu , de fato, não sou o que tenho em minha casa. Não é algo que me afete ter uma casa simples ou roupas sem marca. Aprendi a criar menos necessidades associadas às carências e inseguranças criadas socialmente. Nem sempre nos atentamos que elas existem e vamos vivendo aquilo que as pessoas julgam ser o melhor.
Aprendi a dar prioridade e sentir prazer nas atividades e comilanças que dão saúde à minha estrutura de vida, meu corpo. É com ele que posso viver plenamente, ele vem em primeiro lugar.
Aprendi a estar com pessoas que valorizam estar ,verdadeiramente, consigo e com os outros. A vida só tem sentido quando estamos juntos, sem competição e sem comparação.
Aprendi que cada ser é único, evidentemente, mas de tanto estímulo à competição e à comparação, elas acabam por vencer nas relações. O que você poderia fazer por isso? Eu carrego esse princípio como missão de vida: não competir e não comparar.
Esperança, cultivo, aprendi a cultivar..., toda vez que sento no meu tapete, é pela vida e para ela.
Aprendi com o Yoga o prazer de viver, aprendi que amo viver, quase perdendo esse privilégio.
Aprendi a não ter pressa, a não me cobrar tanto, pois nada disso faz sentido quando estamos à beira da morte. Não espere que ela chegue de forma precoce.
Quer dizer, ela sempre está presente, só não queremos enxergar, temos medo, mas essa consciência traz um novo viver. A vida só existe porque existe a morte...a profundidade da vida está nestes enlaces.
Essa é a minha vivência. E sei que existem experiências de quase morte extremamente traumatizantes. Somos diversos, pensamos e vivemos de diversas formas. Existem diversos caminhos para acessar esse estado de conexão consigo e com o mundo, essa tranquilidade e esse prazer que vai além das situações cotidianas, que podem nos trazer sofrimentos.
Sou grata pelo que aprendi e pelo que ainda aprenderei praticando Yoga.
Aprendi com o Yoga e com a morte que o meu tempo não pode ser perdido com valores e planos que não são meus.
Que o Yoga seja esse caminho para você também.
Abraço de Sófi.
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